Renegociar dívidas pode ser um alívio ou um completo desastre para os empresários. Tudo depende da organização da sua empresa, o momento econômico e suas estratégias.

Mas postergar a renegociação de dívidas pode se tornar um problema grave em situações complexas que exijam a tomada de empréstimos para custeio de operação, ou mesmo para empresas que negociam com o governo.

O acúmulo de dívidas, e a ausência de uma gestão estruturada e organizada muitas vezes acaba levando empresas a falência.

Quando existem dívidas, a empresa corre o risco de não acessar créditos e financiamentos com boas condições e pode perder oportunidades por incapacidade de financiar a operação.

A renegociação de dívidas pode ser a salvação da sua empresa caso ela esteja no vermelho ou prestes a entrar, mas é preciso saber como fazer isso.

Confira as dicas que a Daexe preparou para você conseguir reorganizar o seu fluxo de caixa e renegociar dívidas. 

5 passos para renegociar dívidas da sua empresa

Passo 1. Calcule o valor total das dívidas

Por mais que pareça difícil encarar o valor das dívidas da sua empresa, esse é um passo necessário.

Somente desta forma você terá noção do quanto é necessário para sair do vermelho. E dessa forma será capaz de definir metas, traçar estratégias de negócio para recuperação e avaliar o Equity da sua empresa frente a essa dívida, melhorando o valuation.

O valor da somatória será seu primeiro norte para a renegociação.

Passo 2. Pense em cortar gastos 

Se uma despesa é fundamental para a execução das suas atividades ou é peça chave na manutenção da qualidade, mantenha. Se não, corte. Sem medo nem piedade.

Avalie com cuidado os gastos da sua empresa, e com mais cuidado ainda as despesas nebulosas: valores gastos, mas que não se sabe ao certo com o quê.

Após perceber quais são esses pontos de conflito orçamentário que você pode cortar, avalie se não é possível levantar dinheiro com ele de alguma forma.

Por exemplo, verifique se você usa todas as máquinas da sua empresa, ou se não possui estoque parado, pois fazendo uma queima de estoque ele poderia lhe render dinheiro entre outras maneiras, ao invés de pagar juros. 

Mesmo que os poucos cortes de gastos ainda não te deem folga no orçamento suficiente para pagar suas dívidas, será uma etapa crucial da sua organização para a renegociação.

E mantenha-se atento sempre: uma economia pequena por mês pode virar um montante robusto em um ano.

Passo 3. Análise de contrato com os credores 

Esse é um passo importante ao renegociar dívidas e que deve ser feito com muita atenção e, se possível, com a ajuda de uma empresa ou pessoa especializada juridicamente. 

Ao analisar os contratos com seus credores, pode ser que você consiga eliminar alguma de suas dívidas. E de quebra ainda pode encontrar fragilidades contratuais que reduzam seus juros.

Atenção especial às cláusulas abusivas. Não tenho medo de reclamar. Um abuso é um abuso e pode ser anulado por via jurídica – isso não vale para as taxas de juros pré-determinadas, a menos que destoe muito da realidade do mercado.

Se não encontrar, ao menos você vai ser capaz de elencar as prioridades de pagamento de acordo com o princípio da redução de danos – ou da redução de juros, em especial dos compostos, nesse caso.

As pessoas costumam ter a ilusão de que é preciso iniciar pagando as dívidas mais caras, mas existem alguns adendos nesta questão. Por exemplo, no caso de uma dívida mais baratas, mas que possua juros percentualmente maiores do que uma mais cara, o ideal é encerrar ela primeiro. 

Além disso, também devemos fazer uma hierarquia de prioridades, como em casos de dívidas necessárias para manter o funcionamento de sua empresa, como insumos, energia, água, funcionários, etc.

E não esquecer jamais: as dívidas que afetam a empresa, em especial, na sua captação de clientes devem ser sanadas. Se você negocia com o governo, quite todas as dívidas de tributos, por exemplo para poder pleitear novos contratos.

Passo 4. Tenha uma gestão financeira

Se você já possui uma gestão financeira como a preconizada pela Daexe, então você já possui registros detalhados, um histórico de transações buscável, metas, KPI’s e um planejamento estratégico financeiro, etc.

Mas se você não possui nada disso, ainda existe uma boa notícia para você: é possível começar agora a estruturar sua gestão financeira de forma sólida para superar os desafios.

Em muitos casos, os empresários acabam se perdendo e colocando sua empresa no vermelho por ficar no “achismo” e não conseguir ver claramente cada centavo.

Gestão é o primeiro passo para organizar, criar, crescer ou manter uma empresa.

Passo 5. Estude opções de empréstimos 

Avalie opções de crédito que te permitam quitar todas as suas dívidas. E se der, permitir uma folga, injetando dinheiro no seu fluxo de caixa.

Por mais que pareça uma loucura buscar um empréstimo ao mesmo tempo que tenta renegociar dívidas, essa opção pode ser mais vantajosa para o orçamento da sua empresa do que o parcelamento com os próprios credores.

Tendo como exemplo, as situações em que o parcelamento de um empréstimo possa ter os juros mais baixos do que um parcelamento com seu próprio credor.

Ou então, que o empréstimo te ofereça mais tempo para pagamento das parcelas ou valores mais baixos. De acordo com o momento do seu negócio e seu interesse. 

Certamente é preciso analisar tudo na ponta do lápis, e não se esquecer de nenhuma taxa para descobrir o que é mais vantajoso. Coloque tudo na balança. 

Além disso, vale ressaltar que você deve prioritariamente utilizar o dinheiro que pegou emprestado do banco ou de alguma instituição financeira para quitar as dívidas da sua empresa. Caso contrário, terá arrumado um problema ainda maior para seu negócio. 

Último passo: Renegociar dívidas 

Depois de organizar sua empresa e compor o seu caixa renegociar, começa a etapa onde você precisa usar todo o seu conhecimento e habilidade empresarial e de negociação.

Lembra que comentamos no passo três sobre a análise do contrato com os credores? Então, neste último passo eles serão ainda mais importantes. 

Vá até seus credores. E não tenha medo. Eles querem receber e você quer pagar. Mas fique atento em sempre gerar registros.

Se não te receberem ou inviabilizarem seu acesso, eles vão ser a comprovação material da sua boa vontade e interesse em pagar.

E quando for recebido, seja firme em suas colocações. Expresse qual é a condição da sua empresa para realizar o pagamento das dívidas. 

Pode ser que nesse momento você consiga diminuir algum valor, ou mesmo a incidência de juros. Se você for pagar à vista, seja ainda mais incisivo.

E não se esqueça: talvez a primeira reunião não seja boa. Então vá outras vezes, seja insistente, vai que o gerente se cansa e te dá logo um desconto pra se livrar do pepino?

Vale também procurar outros atendentes. Existem situações em que o valor não é tabelado e a desorganização do banco, financeira, ou agente de recuperação de dúvidas pode te ajudar.

Vale lembrar que assim como acontece com pessoas físicas, as pessoas jurídicas também podem receber ofertas para quitar dívidas através do Serasa Limpa Nome. Vale a consulta! 

Existem também algumas opções governamentais que auxiliam empresários em momentos de crise, como, por exemplo, realizando um empréstimo por alguns meses no valor da folha de pagamento dos colaboradores.

Conclusão 

Conseguir manter uma organização financeira e saber por onde começar para renegociar as dívidas da sua empresa, é tão recompensador como se fosse limpar o nome de uma pessoa física. Afinal de contas a empresa é sua e você zela por ela.

Além da possibilidade de crédito ao se livrar das dívidas, a empresa também deixa de perder dinheiro em juros e multas por atrasos nos pagamentos e aumenta consequentemente seu lucro. 

Caso precise de ajuda para organizar suas finanças conte com um de nossos assessores.