E quando a própria liderança é o motivo do fracasso na implementação do BSC (Balanced Scorecard)? Sim, isso acontece, por mais que o líder tenha a melhor das intenções. É por isso que neste artigo decidimos compartilhar com você os 11 maiores erros das lideranças quando o assunto é a implementação do BSC. Prepare-se para aprender, de forma muito descontraída, os erros que você não deve cometer. E fique atento para ver se você não está tropeçando num deles.
1º Não ter um acompanhamento de um assessor especialista em implementação do BSC
Quando o assunto é o sucesso do seu negócio, nem sempre dá para desfilar de autodidata. Já imaginou que balde de água gelada estará jogando na sua equipe se engajá-los em uma coisa que você não domina e não sabe se dará certo? Pois é, nessas horas, a maturidade está em assumir que ainda não sabe andar sozinho e contratar a ajuda de um assessor executivo.
2º Não seguir o critério de estabelecimento de metas SMART
Metas SMART são metas com as seguintes características:
Se suas metas são o oposto disso, ou seja, GENÉRICAS, IMPOSSÍVEIS DE MEDIR, INALCANÇÁVEIS, IRREAIS E SEM DELIMITAÇÃO DE PRAZO, você acha mesmo que alguém vai dar conta delas? Veja um exemplo de metas SMART em relação a cada uma das quatro perspectivas do BALANCED SCORECARD:
Se quiser saber mais sobre como definir metas SMART, clique aqui>>>
3º Não vincular as metas de perspectiva de Pessoa e Inovação, Cliente e Processos Internos a Política de Bônus e Comissão
Você conhece bem como é a rotina da sua empresa: UM VERDADEIRO REDEMOINHO! Você pode delegar mais atribuições e responsabilidades aos seus colaboradores, além de tudo o que eles já têm que fazer, e SIM, eles darão um jeito de cumprir. Mas é muito provável que o pensamento deles seja: “Afff, lá vem o chefe com uma ideia impossível de realizar” ou “Mais coisa pra fazer? Não é possível!”.
Agora quando a sua proposta vem atrelada a bônus e comissão, estamos falando de um OUTRO NÍVEL DE ENGAJAMENTO. Somos seres competitivos e vaidosos. Atrele a participação dos seus colaboradores na implementação do Balanced Scorecard à recompensas. Essas recompensas abrem portas para seus colaboradores realizarem outros sonhos, até mesmo particulares. Quando as metas da sua empresa estiverem alinhadas, de alguma forma, com projetos pessoais dos seus colaboradores, você terá um time implacável!
4º Usar mais indicadores históricos do que indicadores de desempenho
Já explicamos, aqui no blog, a diferença desses dois. A diferença básica é: você quer gerir sua empresa olhando pro passado ou olhando por futuro? Indicadores históricos te apresentam resultados que você não pode mudar. Indicadores de desempenho é que te dão o feedback do que está acontecendo AGORA na sua empresa, em relação a uma meta, e orientam, portanto, o que você pode fazer AGORA pra impactar aquele resultado. Não perca tempo e pare de dirigir sua empresa olhando pelo retrovisor!
5º Utilizar o plano de ação como lista de tarefas
Uma lista de tarefas te diz o que fazer. Um plano de ação constrói uma ponte entre o objetivo e a realização. Portanto, ao invés de você mesmo e seus colaboradores criarem listas de afazeres, exercitem responder, para cada item, as perguntas chaves da ferramenta de execução 5W2H:
5 W: What (o que será feito?) – Why (por que será feito?) – Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por quem será feito?)
2H: How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?)
6º Não preencher bem a descrição de indicadores:
Para preencher bem a descrição de indicadores você precisa responder as seguintes perguntas sobre cada um deles:
1)Qual será a fonte de dados?
2) Qual a frequência de mensuração?
3) Quem é o responsável pelo indicador?
4) Qual a unidade de medida?
5) Qual fórmula utilizará para cálculo do indicador?
7º Utilizar mais de 3 indicadores por objetivo
Uma falha comum das empresas na implementação do BSC é escolher um grupo grande de indicadores, crendo que isso garantirá o sucesso na gestão de seu desempenho. Quando se trata de indicadores de desempenho, qualidade é a chave do sucesso, e não a quantidade. Optar por muitos indicadores provavelmente é sinônimo de indicadores genéricos, muito trabalho para monitorá-los e pouco impacto. Se a escolha dos indicadores foi certeira, vocês não precisam de mais do que 3 por objetivo.
8º Não fazer benchmark
Quando não estiver encontrando a resposta para a definição de uma meta ou a implementação de uma melhoria, talvez a solução seja você e sua equipe olharem ao redor. Aprender com os acertos das outras empresas é a sua oportunidade de acelerar a caminhada e alcançar o sucesso da implementação do BSC.
9º Não atrelar orçamento ao planejamento estratégico do BSC
Um erro comum na implementação do BSC é o não atrelamento do Orçamento ao Planejamento estratégico. Essa falha faz com que Orçamento e Planejamento caminhem de forma desintegrada e até mesmo concorrendo entre si. Pelo contrário, essas ferramentas precisam funcionar de forma alinhada e integrada, cada uma exercendo o papel que lhe cabe. Ao Orçamento caberá um papel de apoio ao Planejamento Estratégico, projetando cenários futuros do negócio definidos pelas metas e iniciativas do BSC. Por outro lado, os resultados gerados por estes cenários podem exigir a revisão do conteúdo do BSC. Por isso, a relação BSC-Orçamento deve ser encarada como um caminho de duas vias: o Orçamento tanto alimenta quanto é alimentado pelo BSC e o uso integrado de ambos propiciará um planejamento e uma gestão mais abrangente e eficaz.
10º Cobrar a equipe com base nas metas e não nas ações que levam ao alcance das metas
Imagine um atleta de corrida e seu treinador. O que te parece mais eficiente:
- O treinador cobra que o atleta ganhe as próximas corridas para impactar seu resultado final da competição;
- O treinador cobra que o atleta foque no desempenho de suas passadas, ritmo e respiração para melhorar seu desempenho na próxima corrida e, consequentemente, na competição.
A meta aponta onde você quer que sua equipe chegue. Mas sãos as ações que levarão sua equipe ao cumprimento da meta. Cobre a melhoria das ações, e o cumprimento das metas será a consequência natural durante a implementação do BSC.
11º Ajustar a meta à sua mediocridade
Um dos piores erros que gestores e empresários costumam cometer é “ajustar a meta à sua mediocridade”. Metas, depois de planejadas com o critério SMART, não deve ser mexida facilmente. Uma meta bem colocada é aquela que passa um frio na barriga e não aquela cujo resultado é óbvio. Aquela que as pessoas se questionam: “como vou realizar isso?” . Você não deve adequar a meta a sua mediocridade e da sua equipe. Você tem que mudar e melhorar a sua performance para alcançar a meta, e nunca inverso. É para isso que a meta existe: para melhorarmos em algum aspecto, tanto individual como em equipe.
Vou te dar um exemplo bem familiar ao brasil que fará você concordar comigo. Em 2017, o governo brasileiro tinha uma meta de gastos prevista e quando percebeu que não ia alcançar, em vez de se esforçar em mudar alguns hábitos, aprender e buscar conhecimento de como ser mais eficiente, preferiu ajustar a meta à sua mediocridade. Ou seja, aumentou o teto de gastos somente para cumprir uma normatização. Infelizmente, isso acontece muito nas empresa e o pior é que os argumento são muito bem embasados e com dados. não caia nesta armadilha. É preferível que a empresa não alcance a meta. Assim ao menos conseguirá saber, ao final do prazo, a diferença que faltou para alcançar. Isso resultará em busca por mais conhecimento interno ou externo, a fim de que consiga ter condições de alcançar a meta em um outro momento. Às vezes, o pulo do gato está no reconhecimento da derrota pela liderança.
Essas lições te foram úteis? Continuamos essa conversa, nos comentários abaixo.
Um abraço,
Dekker Jordão Baptista