Você já ouviu falar de Custo Brasil? Provavelmente sim. Ele está vinculado no nosso dia a dia e seu termo é utilizado para representar as dificuldades burocráticas, fiscais, econômicas e de infraestrutura, que acabam impactando diretamente diversos setores produtivos no Brasil.

O Custo Brasil também impacta diretamente o consumidor final, uma vez que por conta de toda a carga de impostos, ele acaba pagando mais caro no que deseja adquirir, seja produto ou serviço.

O que é Custo Brasil?

O Brasil possui um sistema tributário muito complexo, e que onera diretamente os donos de empresas. Além dos próprios impostos que podem passar de 30% do faturamento empresarial, entender e gerenciar essas cargas tributárias demanda gente qualificada.

E nisso entra uma outra faceta do custo brasil: a necessidade de uma equipe técnica para ficar de olhos nos impostos, tentar isenções, manter em dia todas as obrigações e evitar problemas graves com o fisco.

Todo esse custo vai chegar para o cliente embutido no preço final do produto ou serviço. Tanto imposto quanto custo administrativo.

Nesse sistema brasileiro de cobrança, o empresário encontra dificuldades com burocracia, como por exemplo, para abrir uma empresa; dificuldades de infraestrutura, na hora de transportar seu produto; encontra uma alta carga tributária em cima de tudo que precisa de matéria-prima e mão de obra para produzir, entre outros desafios.

Sendo assim, o Custo Brasil impacta diretamente na economia do país de forma negativa e afeta o seu crescimento, uma vez que encarece toda a produção, do início ao final.

Segundo um estudo solicitado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Economia, esse custo retira cerca de R$ 1,5 trilhões por ano das empresas que estão alocadas no Brasil. Isso representa, por exemplo, 20% do valor do PIB.

Como funciona os custos de produção e onde entra o Custo Brasil?

As empresas encontram muitas dificuldades na hora de ofertar produtos e serviços no Brasil. Começando por sua abertura, onde são cobrados muitos impostos e também existe uma série de burocracias que afetam diretamente o empresário.

Quanto a produção, há um custo direto para fabricação do produto, que necessita de uma matéria prima, mão de obra, entre outros fatores para que ele fique pronto e possa ser entregue ao consumidor final. Isso também serve para a oferta de serviços.

Outro passo importante da produção é que existem os custos indiretos, por exemplo, com manutenção de máquinas, portaria, setor administrativo, energia, entre outros custos necessário para permitir a empresa funcionar.

A partir disso, vem os impostos, sobre todas essas formas de produção. Após isso, pode-se tirar o Lucro, mas antes, entra em cena o Custo Brasil que engloba impostos sobre todos os processos anteriores citados.

Sendo assim, o Custo Brasil entra na conta em todas as despesas que um empresário tenha, e que é repassado normalmente no valor do produto ou serviço, fazendo no final das contas o consumidor pagar mais caro por aquilo que deseja, aumentando assim o custo de vida da população brasileira.

Segundo o Fórum Econômico Mundial (FEM), o Brasil é o sétimo país que mais cobra imposto, e tem uma carga tributária de 62,2%. Por outro lado, também é um país que enfrenta grandes dificuldades econômicas, e muita desigualdade social. Infelizmente, a alta carga de impostos não refletem em melhorias no país como era esperado.

Os principais causadores do Custo Brasil

Existem vários causadores do Custo Brasil. Mas de forma genérica e simplista, podemos elencar a Burocracia, falta de infraestrutura, carga tributária, custos trabalhistas, alta inflação e taxa de juros como os mais difíceis.

É preciso entender uma coisa em especial: os custos trabalhistas são garantias e geram qualidade de vida e segurança para os trabalhadores, o que é positivo. Porém, existem furos ao longo do processo e uma quantidade de meandres que permitem uma judicialização que gera custos com advogados além de pagamento a ex-colaboradores.

Burocracia

Um dos pontos principais é a famosa burocracia, que atrapalha a vida da população e empresários.

Por exemplo, para abrir uma empresa, pode-se demorar cerca de 60 dias, além disso, há mais 11 procedimentos que devem ser feitos para deixá-la ativa e formalizada no mercado.

Isso faz com que muitos brasileiros desistam de tentar empreender no país e diminua assim a possibilidade de uma maior geração de empregos.

Infraestrutura

Todos sabemos o quanto no quesito infraestrutura o Brasil deixa a desejar. Grande parte das estradas são esburacadas, falta qualidade nos portos, o número de ferrovias para o transporte de carga é muito baixo e poderia ser maior.

Isso faz com que consequentemente o empresário tenha um custo mais alto para transportar o que deseja no Brasil, o que gera um aumento no preço final, que quem acaba pagando é o consumidor.

Carga tributária

A carga tributária no país é muito alta e isso afeta diretamente na hora de colocar preço no produto ou serviço.

Confira: Business Process Outsourcing (BPO) Financeiro – uma abordagem que transcende o convencional

Essa carga tributária atinge principalmente os pequenos negócios e pode levar muitas empresas à falência logo nos seus primeiros anos de existência.

Veja logo abaixo alguns dos impostos mais comuns:

✄ COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)

✄ CSLL (Contribuição de Mercadorias e Prestação de Serviços)

✄ ICMS (Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços)

✄ ISS (Imposto sobre Serviço)

✄ IRPJ (Imposto a Renda de Pessoas Jurídicas)

✄ IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

Além disso, há também a cobrança de pedágios, que oneram ainda mais principalmente quando o transporte é feito pelas rodovias brasileiras.

Custos trabalhistas

Para ter um funcionário contratado na empresa, uma das dificuldades maiores é arcar com o pagamento dos impostos relacionados a CLT (Consolidações das leis do trabalho).

Além dos custos para contratar, por muitas vezes o empresário tem um custo muito alto na hora de demitir funcionários, que pode acontecer por diversos motivos, tanto pelo lado do profissional, quanto, por exemplo, por uma dificuldade financeira em arcar com os salários.

Mas um dos principais problemas está na complexidade jurídica, que engloba a CLT, as Normas Regulamentadoras (NR), e diversos códigos específicos por profissão e categoria.

Além de todo o disposto jurídico, existe ainda um código específico, o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Vai variar de acordo com a categoria e tipo de serviço.

Mas esses microcódigos podem inclusive extrapolar a o que é legal e entrar tornar legal burocracias e custos que inviabilizam diversos negócios.

Tanto ACT quanto CCT são realizadas por sindicatos trabalhistas, muitas vezes desconectados da realidade empresarial, e muitas vezes até mesmo da realidade laboral.

Toa essa fragilidade pode gerar um problema enorme: a judicialização constante das demissões. O que gera custos com advogados, tempo e ainda o risco de precisar indenizar ou pagar valores a funcionários.

Com a reforma trabalhista esse custo pode ser reduzido, já que os ex-colaboradores que estão judicializando em caso de má fé podem ser responsabilizados pelos custos trabalhistas.

Inflação na medida do Custo Brasil: bem alta

A alta da inflação onera e muito os donos de empresa, pois além de pagar mais caro na hora de produzir ou entregar um determinado serviços, podem sofrer com uma diminuição no poder de compra dos seus clientes.

Isso causa um efeito dominó, uma vez que a empresa tem um aumento no custo, que não se reflete em vendas. Acarretando assim em muitas demissões e até um possível pedido de falência, em alguns casos.

Taxas de juros

Outro ponto que eleva e muito os custos na hora de produzir no Brasil é a alta taxa de juros cobrados pelos bancos. Algumas operações podem chegar a até 300% de juros ao ano.

Os juros altos criam um cenário desestimulante para quem tem um negócio e procura acessar esse tipo de recurso para iniciar a operação.

Por outro lado, empresas também sofrem com os juros. Seja para acessar recursos para injetar no fluxo de caixa, arcar com despesas extraordinárias ou realizar investimentos. Juros altos dificultam.

Com o baixo número de bancos no Brasil, existe uma menor concorrência pela oferta de crédito. Portanto, o empresário acaba muitas vezes não tendo escolha: aliviar a corda no pescoço agora, com a esperança no futuro.

É possível fugir do Custo Brasil?

A resposta é simples e enfática: não tem como fugir. Seja para quem produz produtos ou serviços em território brasileiro, ou apenas comercializa no país. Existirá um custo incidente a sua especificidade.

Existem propostas legislativas como a reforma tributária que propõe uma redução. Não um fim ao custo Brasil.

Na prática, ela é a proposta mais avançada para reduzir o Custo Brasil. Mas seus efeitos práticos não estão ligados a diminuição da carga tributária ou redução de custo de forma claro.

Ela apenas simplifica alguns impostos. E o que isso representa na prática é uma “facilitação” para os empresários. O que pode representar diminuição na carga de trabalho e custo para organizar os pagamentos de impostos e declarações.

Você está pronto para dar o próximo passo na transformação do seu negócio? Nossos consultores especializados da Daexe estão prontos para ajudar. Entre em contato conosco agora mesmo para começar a reorganizar e otimizar o seu negócio.

Não perca tempo, a mudança começa aqui!